terça-feira, outubro 19, 2004

Por terras de Castela...

... Leão, Astúrias, Cantábria e País Basco. Ou Vasco, como eles dizem.

Não conhecia e tinha curiosidade. Há cerca de 3 semanas fui lá.

Primeira paragem, Salamanca. Lisboa a Vilar Formoso em auto-estrada e daqui até Salamanca numa estrada nacional em obras(!). Estão a construir a autoestrada que liga Ciudad Rodrigo a Salamanca e é preciso alguma prudência porque o trânsito de camiões TIR portugueses e de camiões das obras espanhóis é intenso.

Chegado a Salamanca fiz o check-in e saí logo em direcção à zona histórica, com o mapa na mão, para aproveitar os últimos raios de sol e tirar as fotos da praxe. O carro não faz falta, é tudo próximo e o caminho faz-se bem a pé.
Comecei junto ao rio, na ponte romana, e fui subindo, fazendo o percurso que corresponde ao desenvolvimento de Salamanca. A cidade nasceu aqui junto ao rio e foi crescendo encosta acima.
Junto à ponte romana temos a casa Lys, museu art-deco com a sua típica estrutura metálica e envidraçada. Subindo, encontramos o arquivo da guerra civil espanhola, as catedrais com as suas duas torres tortas, resultado do terramoto de Lisboa (sim, o de 1755). A catedral nova começou a ser construída no local da velha e era suposto esta ser demolida no final. Felizmente mudaram de ideias e hoje temos as duas, imponentes, lado a lado. À sua volta encontramos universidades e residências universitárias por todo o lado. Não é de estranhar pois Salamanca há séculos que é conhecida pela sua universidade, fundada por Afonso IX por volta de 1200.
Em direcção à Plaza Mayor encontramos a casa das conchas e a Cleresia ou casa dos jesuítas. A casa das conchas simbolizava o poder civil, pelo que Santo Inácio de Loyola decidiu construir mesmo em frente um seminário jesuíta para contrapor o poder dos Jesuístas face ao poder civil e ao poder dos dominicanos reflectido na catedral. (Consta que Santo Inácio de Loyola nos seus tempos de estudante teve problemas com os dominicanos...).
Fotografados estes edifícios românicos imponentes, entramos na Plaza Mayor que está animada: anda tudo na rua e a Plaza Mayor acaba por ser o centro nevrálgico da cidade. A câmara municipal tb fica aqui. As suas esplanadas e o seu comércio, espalhados pelas quatro alas que constituem o quadrado que desenha a Plaza Mayor, estão cheios de animação. Detenho-me numa das esplanadas para descansar as pernas e observar. No centro, um malabarista encanta os miúdos sentados em seu redor, que vão dialogando com ele à medida que o espectáculo decorre. A toda a volta as esplanadas estão cheias. Esta Plaza Mayor é imponente e está muito bem conservada.
Salamanca é uma cidade muito interessante: limpa e bem conservada, respira um ambiente estudantil e boémio. Gostei bastante!

PC


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