quinta-feira, março 02, 2006

Sri Lanka - Maldivas: diário de bordo, dia 3

31.01.2006

Pequeno almoço e deixamos o Habarana Lodge em direcção às montanhas. Partimos com a sensação de que conseguiríamos passar aqui pelo menos uma semana sem nos fartarmos. Só a descansarmos aqui perdidos no meio do verde.

1ª paragem: Sigiriya.
Fortaleza erguida no alto de um bloco de rocha compacto que se eleva na vertical 200 metros acima do solo. Construção do século V, é rodeada por dois fossos que antes estavam infestados de crocodilos para sua defesa. Sigiriya esteve perdida até que os ingleses a descobriram em 1930 e tal. Sigiryia significa garganta de leão e o nome provém do facto da subida se iniciar onde antes estava esculpida uma cabeça de leão e as suas garras. Hoje só estas últimas ainda existem.
A meio da subida ainda podemos ver uns frescos da época muito bem conservados. Lá em cima a vista é magnífica: a selva, os rios e lagos e a montanha no horizonte. Também no topo ainda conseguimos ver o que resta do trono do rei, da sala das suas 500 concubinas, a piscina, os reservatórios de água, os postos de vigia escavados na rocha ... impróprios para quem tem vertigens!...

2ª paragem: Dambulla.
Cá em baixo o mosteiro, lá em cima as 5 grutas repletas de estátuas de Buda. Polonnaruwa era o local do poder dos reis, Dambulla é um local sagrado.
No início da subida mendigos nos degraus pedem esmola. Mais acima macacos catam-se despreocupadamente. Na realidade esta foi a 3ª paragem porque antes ainda passámos numa tecelagem onde nos explicaram como se faziam os batiks.

3ª paragem: Spice Garden.
Há muitos à beira da estrada. Paramos para vermos como são as especiarias antes de embaladas e colocadas no supermercado. Registamos a curiosidade do chili ser consumido em países tropicais por ter o efeito de baixar a temperatura do corpo e a pimenta nos países frios por ter precisamente o efeito contrário.

De seguida pausa para almoço no restaurante de um ex-colega do Nihal.

4ª paragem: Fomos ver um espectáculo de danças Kandyianas num velho teatro local, misto de madeira e betão. As danças sucederam-se até darem lugar a um espectáculo de faquires(?) que engoliam fogo e caminhavam sobre brasas. E nós a vermos se não pegavam fogo ao teatro porque saídas de emergência nem vê-las...

5ª paragem: Templo do dente de Buda em Kandy.
É um dos locais mais sagrados do budismo e no templo misturam-se turistas e peregrinos numa agitação frenética. Somos revistados à entrada. A revista é obrigatória desde que os tigres tamil lá deixaram uma bomba há 8 anos atrás.
No templo visitamos as salas dos livros com os ensinamentos de Buda, os 20 quadros contando a história de buda e do seu dente, a sala do valiosíssimo Buda de cristal e a sala do dente de Buda. Esta só abre de meia em meia hora, ou melhor, abre uma janelazita em frente da qual as pessoas vão passando e espreitando a relíquia lá bem no fundo da sala dentro de uma stupa de ouro com 32kg e cerca de dois palmos de altura por um de diâmetro. Pelo menos assim parecia visto cá de trás por entre peregrinos que se esticavam para espreitar a relíquia no intervalo dos outros lá à fente junto à janela.

No final do dia andámos perdidos por estradas esburacadas à procura do manor House Boutique hotel. Que de hotel nada tem. É uma casa de charme com apenas 10 quartos. Não tem o conforto de um hotel superior mas tem o charme de uma casa antiga recuperada e a simpatia de um serviço personalizado. Tanto mais que éramos os únicos hóspedes na casa naquela noite!
A chegada a uma casa isolada (não era, mas na noite escura parecia) por meio de ruela estranhas fez por momentos lembrar Indiana Jones no palácio do marajá em cujos subterrâneos faziam sacrifícios humanos. :)

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