segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Major Tom to Ground Control...

"O controlador aéreo que apoiou a aterragem do Airbus que em 2001 ficou sem combustível ao largo dos Açores vai ser distinguido hoje com um prémio norte-americano, durante a gala dos 95 anos do Aero Clube de Portugal. É a primeira vez que o primeiro-sargento da Força Aérea Portuguesa (FAP) José Ramos, de 43 anos, vê reconhecido publicamente em Portugal o seu apoio ao comandante na aterragem de emergência na Base das Lajes do Airbus A330, voo TSC 236 da Air Transat, com 301 pessoas a bordo. "Limitei-me a fazer o meu trabalho", disse ontem à Agência Lusa o controlador aéreo ao serviço da FAP há 23 anos que vai receber o galardão ISS Safety Award, uma distinção que premeia a prevenção, auxílio e socorro e é, pela primeira vez, atribuída em termos individuais." in DN 04.02.05

No dia 24 de Agosto de 2001 o senhor José Ramos da FAP (JR para facilitar a escrita) estava de serviço na Base das lages quando recebeu um pedido de ajuda do controlo aéreo de Santa Maria. Este avião proveniente do Canadá voando em direcção a Lisboa, com 300 passageiros a bordo, aproximava-se da ilha Terceira e acabava de perder ambos os motores por falta de combustível.

Na comunicação inicial das Lages com o avião, a primeira coisa que o comandante lhe disse foi: 'Vou amarar!'... JR pediu calma ao comandante do avião e disse-lhe que o ía trazer para perto da ilha para facilitar as operações de salvamento. Accionou de seguida os mecanismos de socorro como mandam as regras.
Percebeu na conversa com o comandante que a aeronave lhe estava a fornecer indicações erradas. Assim, confiando apenas na informação do radar das Lages determinou a posição e velocidade correctas do avião, confirmou os cálculos (um erro de cálculo de uma ou duas milhas podia fazer despenhar o avião antes da pista, sobre a cidade de Praia da Vitória!) e tomou a decisão de trazer o avião até à pista. Orientou o comandante da aeronave e conseguiu fazer com que o avião aterrasse com todos os passageiros a salvo.

E até que enfim, passados quatro anos, surge o reconhecimento público! É que, na minha opinião, isto foi um trabalho muito bem feito merecedor do nosso reconhecimento e aplauso (que o digam os 300 passageiros do Airbus ... e os habitantes de Praia da Vitória!). Importante também porque um país que não reconhece o mérito acaba por cultivar a mediocridade!...

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