Hoje, quando conduzia para o trabalho, ainda trazia comigo as imagens da SIC Notícias de ontem com casas a arder e, principalmente, com as pessoas a fugirem em pânico. Lembro-me de uma senhora a correr e a gritar, fugindo das chamas, enquanto empurrava um carrinho de bebé.
E os bombeiros, esses heróis. E os polícias, grandes heróis. E os srs da protecção civil, também heróis. Mas na verdade nós não queremos depender de heróis! Queremos sim profissionais que tenham formação no combate aos fogos e na operacionalização de mecanismos de protecção (civil!) às populações nestas situações. As pessoas que combatem hoje os fogos são extraordinárias na coragem e dedicação, mas são-no na medida directa do atraso do nosso país. Quando formos um país crescido, teremos meios e profissionais que dispensarão heroísmos e conseguirão de forma mais eficaz proteger as pessoas e seus bens.
E o Abrupto descreve-o bem:
Na estrada, o ambiente era caótico, com filas formando-se rapidamente em vários quilómetros, e com autotanques com gasolina nas filas. Carros da polícia passavam sem se perceber para quê. Quando a A1 foi finalmente interrompida e a coluna de veículos desviada para a estrada Figueira da Foz-Pombal ninguém sabia dizer nada sobre as alternativas. A Brisa continuava a receber portagens criando um congestionamento perigoso. Quando se chegava á outra estrada percebia-se logo que o mar de chamas e fumo para Norte impedia qualquer passagem, e, se dúvidas havia de que alguma coisa de muito grave se passava, era ver chegar os carros com mulheres e crianças evacuados das aldeias, desesperadas e em pânico. Uma rapariga procurava o pai, uma mulher com um bebé ao colo chorava convulsivamente porque a sua casa e a “aldeia” (não sei se é verdade, mas era o que dizia) tinha ardido.
sexta-feira, agosto 05, 2005
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