Tempo primeiro - Tarifa:
É uma vila costeira que vive e respira windsurf e kitesurf. Tem uma longa e ventosa praia (efeito venturi do estreito de Gibraltar) ideal para a sua prática.
Excepção feita à pequena zona central mais antiga, a vila é feia. O belíssimo hotel que tinha visto em Lisboa na net parecia um prédio de habitação social. Encontrámos facilmente outro pois a praia está salpicada de hotéis e escolas de kitesurf, cheios no Verão mas nesta altura ainda com quartos vagos. O nosso hotel tinha ainda outra particularidade, curiosidade histórica: "Aqui em 1340 se juntaram os reis D. Afonso IV de Portugal e D. Afonso XI de Castela para enfrentar nas margens do rio salado os contigentes mouriscos ..." Outro post, talvez. Regressando aos dias de hoje, Tarifa é pouco mais que os hotéis, a rua principal cheia de lojas de surf e o porto de onde partem os ferrys para Tânger.
Excepção feita à pequena zona central mais antiga, a vila é feia. O belíssimo hotel que tinha visto em Lisboa na net parecia um prédio de habitação social. Encontrámos facilmente outro pois a praia está salpicada de hotéis e escolas de kitesurf, cheios no Verão mas nesta altura ainda com quartos vagos. O nosso hotel tinha ainda outra particularidade, curiosidade histórica: "Aqui em 1340 se juntaram os reis D. Afonso IV de Portugal e D. Afonso XI de Castela para enfrentar nas margens do rio salado os contigentes mouriscos ..." Outro post, talvez. Regressando aos dias de hoje, Tarifa é pouco mais que os hotéis, a rua principal cheia de lojas de surf e o porto de onde partem os ferrys para Tânger.
Tempo segundo - Tânger:
Aqui houve emoção! A sensação de estar sózinho numa terra estranha sem qualquer ponto de apoio. Chegada ao porto, onde está o Hotel Continental? 'É mesmo junto ao porto'. Ok, mas Tânger é uma cidade grande e por trás do porto cresce toda a zona velha de Tânger com imensos edifícios muito parecidos. Taxi? Guia? Não obrigado, vou ter com Mohammed Soussi. Soussi?... Ficavam baralhados e largavam-nos. Na verdade foi o nome que vi na net, supostamente do gerente do hotel. Nunca o tinha visto mais gordo.
Caminhamos para fora do porto e lá vemos em cima o hotel, mas para lá chegarmos ainda temos que dar uma volta. Somos seguidos por 3 jovens de muito mau aspecto. Infiltramo-nos na cidade velha, por entre ruelas estreitas sem ver uma única mulher. Procuramos manter a orientação, o hotel deve estar para a direita ... surgem placas a indicar o caminho. Continuamos a ser seguidos. Estamos quase lá. Surge um tipo simpático, estudante de música em Almeria diz ele; não quer nada, só desejar uma boa estadia na sua terra. Ficamos surpreendidos... Ah, a entrada do Hotel, a primeira sensação de alívio. Check-in e ala rápido para a suite (talvez) reservada por mail enviado mas sem resposta de confirmação. A suite é um espectáculo! Recuamos no tempo pelo menos 50 anos! Uma grafonola, uma cama de dossel, um rádio do século passado,... Um sorriso, finalmente. Obrigado pela dica, LN e Ghibli!
Largamos a mochila e descemos. O que se pode comer? Hoje é domingo, o restaurante está fechado. Merda! Ainda não recuperámos do primeiro impacto com Tânger e já temos que sair para aquelas ruelas estranhas cheias de pessoas estranhas? Quero um mapa p.f. Já não temos, hoje é domingo e o turismo está fechado; só se comprar numa loja que vende jornais. E um guia para visitarmos Tânger velha? Bem posso-vos dar o número de telefone de um tipo e ...
Respirar fundo, 1, 2, 3, ... E aí vamos nós medina dentro! Olá, sou o estudante de agricultura, lembram-se? Mau, então não era de música?... Venham comigo que eu mostro-vos Tânger. Espera... Venham, venham! Duas ruas depois estamos completamente perdidos. Entramos num café - só homens - para espreitar da esplanada o mar e Espanha lá ao fundo. Mais umas ruelas e entramos numa casa, subimos ao terraço da casa do governador (dúvido que algum governador lá tenha estado alguma vez, ...); bela vista sobre a Medina. Descemos e o guia tem que ir à casa de banho. Fiquem com o meu amigo: Portugueses? Ah, que bom! E começa o desenrolar de tapetes. Sabe ... eu não quero comprar tapetes ... vim só dar uma volta e tal ... Preferem verdes ou vermelhos? E o ajudante continua a desembrulhar tapetes à nossa volta. Amanhã tenho mais tempo para ver tapetes. Amanhã mais caro, hoje é metade do preço! Pois mas hoje não tenho muito tempo sabe... arlahlahmeh!! O ajudante pára e ele vira-se para nós com ar grave no seu castelhano amarroquinado: no quiero mas conversa. Di-me sólo: comprar tapetes, si o no? SI Ó NO?? Sabe ... como lhe disse (sorriso forçado na cara) ... hoje não, e o nosso guia onde está; chame-o p.f. que temos que ir almoçar. Obrigado, foi um prazer conhecê-lo. Arre, ambiente mais hostil!... Ah, cá estás tu! Queremos almoçar! Conheço um restaurante ideal: barato nada turístico. Venham, venham... Felizmente era turístico! Aqui finalmente relaxámos pois descobrirmos no Lonely Planet emprestado um mapa da Medina. Estamos orientados!
Mais umas voltas pela Medina, jantar na rua principal já completamente descontraídos e à noite regresso ao fantástico hotel digno de um filme (e de facto é-o: "Um chá no deserto" foi lá filmado) ainda uma paragem na esplanada do hotel para fumar uma cigarrilha e observar Tânger adormecida sobre a baía que começa no porto aos nossos pés...
No dia seguinte apanhamos o ferry logo de manhã. Ainda stress no porto com as filas, as gratificações quase forçadas e as indicações erradas, mas acabamos por embarcar e ainda vamos tomar o pequeno almoço a Tarifa.
Caminhamos para fora do porto e lá vemos em cima o hotel, mas para lá chegarmos ainda temos que dar uma volta. Somos seguidos por 3 jovens de muito mau aspecto. Infiltramo-nos na cidade velha, por entre ruelas estreitas sem ver uma única mulher. Procuramos manter a orientação, o hotel deve estar para a direita ... surgem placas a indicar o caminho. Continuamos a ser seguidos. Estamos quase lá. Surge um tipo simpático, estudante de música em Almeria diz ele; não quer nada, só desejar uma boa estadia na sua terra. Ficamos surpreendidos... Ah, a entrada do Hotel, a primeira sensação de alívio. Check-in e ala rápido para a suite (talvez) reservada por mail enviado mas sem resposta de confirmação. A suite é um espectáculo! Recuamos no tempo pelo menos 50 anos! Uma grafonola, uma cama de dossel, um rádio do século passado,... Um sorriso, finalmente. Obrigado pela dica, LN e Ghibli!
Largamos a mochila e descemos. O que se pode comer? Hoje é domingo, o restaurante está fechado. Merda! Ainda não recuperámos do primeiro impacto com Tânger e já temos que sair para aquelas ruelas estranhas cheias de pessoas estranhas? Quero um mapa p.f. Já não temos, hoje é domingo e o turismo está fechado; só se comprar numa loja que vende jornais. E um guia para visitarmos Tânger velha? Bem posso-vos dar o número de telefone de um tipo e ...
Respirar fundo, 1, 2, 3, ... E aí vamos nós medina dentro! Olá, sou o estudante de agricultura, lembram-se? Mau, então não era de música?... Venham comigo que eu mostro-vos Tânger. Espera... Venham, venham! Duas ruas depois estamos completamente perdidos. Entramos num café - só homens - para espreitar da esplanada o mar e Espanha lá ao fundo. Mais umas ruelas e entramos numa casa, subimos ao terraço da casa do governador (dúvido que algum governador lá tenha estado alguma vez, ...); bela vista sobre a Medina. Descemos e o guia tem que ir à casa de banho. Fiquem com o meu amigo: Portugueses? Ah, que bom! E começa o desenrolar de tapetes. Sabe ... eu não quero comprar tapetes ... vim só dar uma volta e tal ... Preferem verdes ou vermelhos? E o ajudante continua a desembrulhar tapetes à nossa volta. Amanhã tenho mais tempo para ver tapetes. Amanhã mais caro, hoje é metade do preço! Pois mas hoje não tenho muito tempo sabe... arlahlahmeh!! O ajudante pára e ele vira-se para nós com ar grave no seu castelhano amarroquinado: no quiero mas conversa. Di-me sólo: comprar tapetes, si o no? SI Ó NO?? Sabe ... como lhe disse (sorriso forçado na cara) ... hoje não, e o nosso guia onde está; chame-o p.f. que temos que ir almoçar. Obrigado, foi um prazer conhecê-lo. Arre, ambiente mais hostil!... Ah, cá estás tu! Queremos almoçar! Conheço um restaurante ideal: barato nada turístico. Venham, venham... Felizmente era turístico! Aqui finalmente relaxámos pois descobrirmos no Lonely Planet emprestado um mapa da Medina. Estamos orientados!
Mais umas voltas pela Medina, jantar na rua principal já completamente descontraídos e à noite regresso ao fantástico hotel digno de um filme (e de facto é-o: "Um chá no deserto" foi lá filmado) ainda uma paragem na esplanada do hotel para fumar uma cigarrilha e observar Tânger adormecida sobre a baía que começa no porto aos nossos pés...
No dia seguinte apanhamos o ferry logo de manhã. Ainda stress no porto com as filas, as gratificações quase forçadas e as indicações erradas, mas acabamos por embarcar e ainda vamos tomar o pequeno almoço a Tarifa.
Tempo terceiro - Gibraltar
The rock. Rochedo imponente encravado na baía de Algeciras, dominando o estreito, com Marrocos no horizonte. De Espanha não merece melhor indicação que qualquer outra aldeia da zona(!), mas lá chegamos, depois de passar um controlo fronteiriço(!!). Gibraltar é muito britânica. Requintada, bem organizada. É muito fácil pegar no carro e visitar os pontos de interesse, uma vez que o caminho está assinalado: farol, canhão, grutas de St. Michael, túneis do cerco e os monos. Mono é o nome que os espanhóis dão aos macacos que por lá proliferam. Um deles chegou mesmo a atacar-nos, na tentativa de roubar umas bolachas que levavamos na mão! Very unpolite, I must say...
1 comentário:
Podes crer! Uma aventura e tanto!
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