[...] uma carta do governador da Companhia da Índias Orientais que, de Batávia (hoje Jacarta, capital da Indonésia), escrevia o seguinte aos seus superiores na Holanda: "Passaram-se 100 anos desde que expulsámos os portugueses. Se pensam que acabámos com eles pela força de navios e de armas, destruindo sistematicamente os seus fortes, igrejas e monumentos, perseguindo a fé católica que trouxeram, estão muito enganados, porque eles continuam presentes em todo o lado através da língua e da cultura que aqui espalharam. Devemos mudar o nosso sistema. Nós viemos para ganhar dinheiro e partir o mais depressa possível, eles vinham para ganhar dinheiro mas também para ficar e a certa altura já não pertenciam mais à Europa, eram parte destas terras.", in Mar das Especiarias de Joaquim Magalhães de Castro.
A História da presença portuguesa no sudoeste asiático é fascinante e ainda hoje os sinais desta presença são inúmeros, muito além do que nos é passado na escola nas aulas de história que parecem não conseguir incluir nos seus programas tantas geografias e culturas que descobrimos e das quais passámos a fazer parte.
Já tinha verificado in loco que a reputação de Afonso de Albuquerque naquelas geografias era extraordinária e que Cristóvão de Mendonça tinha navegado em 1522, 250 anos antes de James Cook, as costas da Austrália. Descubro agora que além da governação portuguesa na ilha das Flores indonésia ter durado até 1851, persistem até hoje sinais na língua e costumes além do que seria expectável...
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2 comentários:
Muito bom! Adorei o livro e todas as referências à presença portuguesa na Ásia! Não sei se me engano, mas acho que foste tu que me ofereceste os livros :-) O do Tibete também é fabuloso! Sim os portugueses foram os primeiros ocidentais a chegar ao Tibete! e tenrinhos até fundaram uma igreja por lá :-)
:)
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